quinta-feira, 8 de maio de 2008

Da Terra à Lua, eles vivem
















A Ficção Científica costuma ser considerada visionária e algumas vezes seu acerto é tão contundente que assusta. Julio Verne em seu livro “Da Terra a Lua” escreveu uma história sobre um foguetão que partiu da Flórida em Tampa, com três astronautas e fizeram uma órbita elíptica na Lua antes de retornar a Terra. Deveriam descer no mar da Tranqüilidade, exatamente como veio acontecer quase cem anos depois da publicação de sua obra errando apenas pela cidade que fica a poucos quilômetros do Cabo Canaveral também na Flórida.

Em relação ao cinema, ou DVD, existe um filme que costumo recomendar aos amigos que apreciam o gênero FC, mas que é difícil encontrar, pelo menos era até o advento da internet. “Eles Vivem” de John Carpenter, um filme de ficção científica “B”, retrata a história curiosa onde alienígenas dominam nosso planeta já há 50 anos utilizando mensagens subliminares. Poucas pessoas que alcançam conhecimentos para criar alguns óculos, foram capazes de evidenciar o domínio alien “enxergando” placas e anúncios embutidos nas propagandas observadas. Sem o óculos era visualizado uma propaganda qualquer de um produto qualquer. Com os óculos especiais, depois adaptados para lentes de contato, você vê todo tipo de propaganda em fundo branco com letras escuras em destaque que afirmavam. “Consuma”, “case e reproduza” e “não pense”.
Nessa semana, passando de automóvel pela Avenida das Torres, visualizei para meu espanto uma placa branca gigantesca com os dizeres: “Faça bons negócios ANUNCIE e o telefone” Arrepiou! A placa era idêntica às que aparecem no filme. A única diferença é que não precisei de óculos especiais para poder enxergar seu conteúdo. Estava ali, enorme à minha frente, está lá gigantesca à frente de todo mundo. Difícil não concluir que já fomos invadidos há muito tempo, mas não por alienígenas enrugados de outros planetas, e sim por nós. O filme foi feito como uma ironia para nós mesmos, e é curioso que mesmo após o assistirmos continuemos nossa vida pacata como se nada tivesse acontecido. Ele serve de alerta, sim, para verificarmos o quão ignorantes somos.
Por nossa arrogância, por nosso consumo desenfreado e por nossa negligência. Depois que vi isso, cheguei à conclusão óbvia que o impacto que tal filme me causou na época, possivelmente não terá reação similar nos dias de hoje (ou terá?), pois estamos vivenciando exatamente aquilo, só que em nosso dia a dia e sem óculos especiais para nos acordar. Dormimos o tempo todo, casamos, fazemos sexo e nos reproduzimos, não pensamos e continuamos a trabalhar todo dia relembrando os bons tempos, sonhando com um futuro e esquecendo do presente, esse sim, totalmente ausente.
Mas já que falei de mensagens subliminares, saiba mais lendo o livro do meu colega Prof. Calazans clicando neste http://www.calazans.ppg.br/home.htm ou aqui. sobre mensagens subliminares.

sábado, 3 de maio de 2008

Outros Tempos, Outros Mundos


Assistindo ao Programa do Jô acompanhei a ótima entrevista da dupla de Tangos e TragédiasTangos e Tragédias, que já tive a oportunidade e o plivilégio de assistir em primeira mão aqui em Curitiba no Teatro Fernanda Monte Negro no Shopping Batel.
A dupla proveniente do país ficticio Esbornia, uma ilha continental onde tudo vale, é uma ótima desculpa para criticar nossa sociedade com bom humor e escárnio. Adoro aqueles caras ;-) Lembro que nos dois anos que vivi no Rio enquanto fazia meus créditos de doutorado às vezes era confundido com gaúchos. Quando lembro dos dois, que são naturalizados gaúchos, penso que foi uma honra ser confundido com um povo tão inteligênte e interessante.
Não sou adepto do movimento "O Sul é meu País", mas penso que confederações que dariam certa independência aos estados é convidativo.

Fiquei mais feliz ainda quando soube que agora poderemos assisti-los em DVD. Talvez, devêssemos virar Esbornianos...Bá!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Arquitetos do Futuro


Essa semana passei pelo pátio da reitoria, aqui em Curitiba e verifiquei a existência de um fórum sobre o poder da mídia na população brasileira (Fórum Social do Mercosul).
Difícil não lembrar que há poucos meses, mesmo sabendo do monopólio de poucas famílias que se apoderaram das minguadas concessões para funcionarem como redes de televisão, ninguém, ou melhor, poucos intelectuais brasileiros tiveram coragem de enfrentá-los. Esses poucos tentaram mudar o sistema de transmissão televisivo digital. Esse pequeno grupo queria que o sistema europeu fosse adotado em nosso país tupiniquim, pois só assim o povo brasileiro poderia conhecer o verdadeiro poder da democracia televisiva.
O sistema digital europeu permitiria muitos canais digitais, uma quantidade muito maior do que existe atualmente, pois na mesma faixa de transmissão, poderiam caber dúzias de canais e não três ou quatro a mais como o sistema já adotado.
O problema, é que o monopólio existente já vinha arquitetando há muito tempo a inclusão de sistema digital japonês, alegando superior qualidade de imagem HDTV, mas que naturalmente não permitirá quantidade muito grande de canais, levando o povo brasileiro a velha posição de verdadeiros subalternos zumbis da estratosfera, que aliás, parecem gostar de sê-lo.
Naturalmente que o governo também preferiu o sistema japonês, pois assim não precisariam “vigiar” dúzias de canais, continuando com os poucos existentes. O pior é ver “o povão”, satisfeito com o novo sistema, gastando horrores com televisões de plasma ou LCDs da vida de 30, 40 ou 50 polegadas...felizes pois já sonham com o novo sistema.
A globo, já há dois ou três anos adotava em seu equipamento tal sistema, antes mesmo do governo a aprovar, mas a memória do povo brasileiro sempre anda tão falha, ninguém lembra disso. Essa mesma memória falha também não lembra que nosso ministro das comunicações foi repórter da mesma rede, o mesmo ministro que convenceu facilmente o presidente que tem conhecimentos limitados e que naturalmente foi iludido como a maioria, por cores translúcidas bem mascaradas em lindos equipamentos coloridos de que o sistema japonês era a melhor alternativa alegando frases como: “Vocês vão poder assistir TV de graça no celular”, como se isso fosse à coisa mais fantástica do mundo. Não seria mais bonito e democrático se o ministro chegasse aos microfones e dissesse: “Vocês poderão assistir a mil programas ao mesmo tempo todos falando o que quiserem, com mil opções de gostos e opiniões”, mas isso ficou definitivamente no mundo da fantasia. Depois tem gente que ainda pergunta por que tem pessoas que vão embora de nosso país?
Explicando: O governo alegou na época que o sistema japonês era melhor e por isso deveria ser adotado. Um amigo professor da UTFPR pesquisou todos os sistemas e concluiu que tecnicamente eram idênticos, ou pelo menos que nenhum seria melhor do que outro. Então óbviamente eles não adotaram o sistema europeu por não ser interessante para o governo e para as redes já instaladas em nosso país. O sistema europeu daria "muito" trabalho para o governo. Como iriam controlar a programação de tantos canais populares? Quem fiscalizaria, etc, etc. O sistema adotado permitirá menos canais e preferencialmente de quem já tem conceções. Falando nisso, também soube que movimentos populares estão se formando para fazerem uma legislação para as novas concessões que deverão ser solicitadas novamente ainda esse ano. A idéia é que a programação não seja escolhida por uma ou duas pessoas da emissora mas que tenha um concenso mais amplo e de interesse populacional. Ex. Quem decide que os jornais tem que ficar falando apenas sobre o caso da menina que foi atirada da janela quando muitas outras coisas também importantes ocorrem no Brasil e no Mundo? Outro exemplo: porque o evento que ocorria no pátio da Reitoria não foi noticiado? Possivelmente por que vai contra o interesse das majoritárias midiáticas.
Recomendação em DVD: "Noam Chomsky: O Consenso Fabricado"
Para saber mais.