terça-feira, 1 de novembro de 2011

ROLHA DE CORTIÇA, COCA-COLA E PICNICS VITORIANOS


A rolha de cortiça é muito antiga e usada como tampa para garrafas e vidros desde o século XVIII. 

Até a Coca-cola: “refresco, tônico, estimulante, estomacal e refrigerante intestinal”, criada em 1886 por John Pemberton, um farmacêutico de Atlanta, a usava. O farmacêutico, entendido em manipular fórmulas medicinais, como pesquisador, tentava encontrar a cura para dores de cabeça. Um de seus experimentos foi a mistura líquida de cor caramelo. O xarope em questão é misturado à água carbonatada (gasosa) e é oferecia a seus clientes, que exageradamente consideram a bebida muito especial. A principio a farmácia coloca o copo do produto à venda por US$ 0,05. O contador da farmácia que adorava a bebida Frank Robinson, batiza o xarope de Coca-Cola, escrevendo o nome com sua própria caligrafia, conhecida até hoje.
A primeira garrafa de Coca-Cola usava rolha para ser lacrada e apenas com o advento do metal foi abandonada. Hoje o plástico a substituiu.
Dos países mundiais, Portugal se destaca na produção de rolhas de cortiça, pois é o maior produtor mundial desse produto. 75% de todas as rolhas do mundo são feitas naquele país. Elas surgem da casca do Sobreiro, árvore existente no Alentejo e no sul da Espanha, que vive entre 150 e 200 anos. É preciso esperar a árvore crescer por 25 anos para a primeira extração e depois somente a cada 9 anos. Mas é apenas com o tempo que a casca fica melhor e invariavelmente uma cortiça de melhor qualidade. Ela é maleável, duradoura e possui micro-poros que auxiliam na micro-oxigenação do vinho e em sua evolução.


Por isso recomendamos, depois de conhecer esses detalhes históricos, quando for participar de picnics vitorianos, picnics históricos, ou picnics steamepunks, procure utilizar a rolha de cortiça como tampa de garrafas de vidro que levar, seja de que líquidos forem.
Preferencialmente reaproveite rolhas usadas de vinho que estão guardadas em suas casas.
Advertencia: se for usar refrigerantes coloque um arame de segurança para a pressão do gás não explodir, como as champagnes.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

“The People” – I remember the home (Eu me lembro de casa)

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"Eu me lembro de casa" - frase marcante da história
Interessante. É o mínimo que posso pensar em relação ao que vou contar agora pra quem entrar aqui. Há muitos anos, mais especificamente nos idos de 1970 assisti um filme de ficção científica (daqueles da sessão da tarde) que me marcou, possivelmente exibido na Rede Globo, mas não conseguia lembrar do nome. Visto que sempre apreciei em demasia livros e filmes de ficção científica, acabei adquirindo inúmeras enciclopédias importadas sobre o gênero, mas nada encontrei sobre ele. Com o advento da internet, procurei informações sobre o filme mas sempre em vão, nem o nome me lembrava. Certo dia resolvi questionar outros cinéfilos da área em uma comunidade do Orkut da qual participo que tem relação com filmes antigos. Para minha surpresa, alguém lembrou do filme me indicando seu nome “The People” e até me enviou alguns links do youtube com pequenos trechos dele. Surpresa dupla ao descobrir que um dos protagonistas do filme era William Shatner, o conhecido capitão Kirk da série televisiva Jornada nas Estrelas que tanto admiro. 
William Shatner
Se você não se importar com spoiler o filme The People narra a história de uma professora (Kim Darby), que veio da cidade grande para o interior dos EUA para lecionar a um grupo de crianças de uma pequena aldeia, filhos de fazendeiros. O povo que lá vive, lembra muito os Amish, que abandonaram a tecnologia para viver do trabalho simples do campo. O problema maior da professora foi evidenciar que as tímidas crianças, agora seus alunos, não brincavam, não corriam e evitavam cantar. Mesmo para crianças do interior aquilo era no mínimo bizarro. Pra aumentar o mistério, todas arrastavam seus pés ao caminhar, fazendo pequenas nuvens de poeira ao caminhar pelos arredores. Com o tempo, naturalmente ela veio descobrir toda a verdade sobre aquele misterioso povoado. Não eram humanos e sim alienígenas que perderam seu planeta por conta da explosão de sua estrela (como acontecerá conosco daqui a cinco bilhões de anos) e sem muita alternativa sua nave veio parar no planeta Terra. No início, estavam expostos mas por conta de sua natureza alien dominavam poderes paranormais e assim, entre outras coisas, podiam flutuar livremente. Incompreendidos e naturalmente invejados pela população local onde viviam, acabaram sendo torturados e mortos (queima às bruxas). Os poucos sobreviventes que conseguiram fugir criaram aquela pequena comunidade, coibindo seus poderes de forma rígida para conseguirem sobreviver sem ficarem demasiadamente expostos. Da mesma forma, exigiam que as crianças que surgiam na comunidade, arrastassem seus pés para não saírem voando por ai. As normas também exigiam que não poderiam brincar ou correr, o que explicava os “mórbidos recreios”. Ao final do filme, a professora e o médico vivenciado por Willian Shatner, mesmo sabendo de sua origem alienígena, resolvem ficar por ali e viver em harmonia com os habitantes da pequena aldeia, agora mais segura com relação a sua natureza diferenciada.  (fim do spoiler)
Capa do livro Pilgrimage de Zenna Henderson
Depois de assistir novamente ao filme, voltei a internet para outra pequena pesquisa sobre a origem da história. Descobri que inicialmente a história fora um romance publicado, um livro denominado “Pilgrimage”, escrito em 1961 por Zenna Henderson, que nasceu em 1917 e faleceu aos 66 anos de câncer em 1983. Nessa procura, encontrei um blog americano que narra aspectos particulares da vida da escritora e que valem a pena serem mencionados aqui. 
 Zenna Henderson

A profissão da escritora de romances de ficção científica era a de professora e por muitos anos foi adepta da religião mórmon. Ora, muitos grupos mórmons americanos vivem afastados da tecnologia e seu sustento é a base do que criam e plantam. Essa influência é denotada pelo que consta nos depoimentos dele e de seus leitores em outros dois livros que ela escreveu, onde sempre uma professora e seus alunos são os protagonistas de suas fantásticas histórias de ficção científica. 
 Túmulo da escritora
Possivelmente ela como escritora e professora, acabava analisando o comportamento das pessoas a seu redor (seus alunos e o povo mórmon), que lhe serviram de inspiração para seus personagens misteriosos que viriam a enriquecer suas obras literárias fantásticas. Limitava-se ao que conhecia e como a maioria de seus leitores possivelmente provinham de grandes cidades, encontrariam naquela estranheza um ambiente bem alien. Imagino que com a chegada de 1972 deve ter ficado imensamente satisfeita e feliz por saber que seu mais famoso livro tornou-se um filme para televisão e estrelado por Willian Shatner. Pena que não fez tanto sucesso como seus livros o fizeram nos EUA. Mas, de uma coisa tenho certeza. Seus livros, como o filme, marcaram na época, a vida de crianças e jovens (como eu), que viriam a apreciar o fantástico e o maravilhoso.  Pra você ter uma ideia escrevi e publiquei um conto denominado "A Aldeia Silenciosa" que foi totalmente inspirado nesse filme. Um professor que se inspirou em um conto escrito por uma professora, quem escreveu sobre outra professora. Interessante... 
Se você ficou curioso e não se importa de assistir filmes antigos (qualidade VHS), acompanhe o filme na íntegra pelo Youtube sem legendas aqui:
Filme "The People" no Youtube com 70 minutos

Se você se interessou em realizar uma tradução para legenda-lo entre em contato comigo através do facebook.

Como usar a Ficção Científica na Educação


Entrevista que realizada com a editora-executiva Wanda Jorge para a revista Ciência e Cultura da UNICAMP em 2006 sobre Ficção Científica na Educação. Boa leitura.

1 - O Parque dos Dinossauros, obra comercial de grande sucesso de público, tratou do tema da clonagem possível pouco anos antes dessa questão tomar conta do forte debate que passou a existir na sociedade, com proposições que hoje a genética já considera a um passo da possibilidade concreta. Certamente, o filme motivou carreiras na biologia, na genética, etc. Sua pesquisa caminhou no sentido de dar alguma resposta sobre isso?
De certa forma o exercício da exploração de potenciais futuros é uma dos principais objetivos disciplinares da FC na educação. Vivemos em uma sociedade atribulada com mudanças sociais rápidas, as quais nos forçam a olhar para o futuro. Essa busca futurística deve ser uma função básica e contínua no campo da educação. Se levarmos em conta o princípio de que os educandos devem estar preparados para um mundo em que uma iminente diversidade embrionária de novos estilos de vida, valores e sistemas sociais concorrerão para coexistir, então, a educação deve necessariamente expandir seu domínio disciplinar para o campo da projeção futurística também, a fim de poder abarcar o exame do que é possível no potencial do desenvolvimento humano. Em minha pesquisa sempre encontro pessoas que afirmam terem sido influenciadas de maneira positiva para seguir uma carreira ou ideal.

2-Como a ficção científica ajuda a fixar conteúdos para o público infanto-juvenil?
Inicialmente porque na contemporaneidade esse gênero de filme é o mais procurado pelos adolescentes e pela população em geral. Basta checarmos as pesquisas de mercado. Essa busca é conseqüência, por um lado, da avançada tecnologia que Hollywood vem utilizando cada vez mais em seus produtos cinematográficos e televisivos e, por outro, da forte atração que narrativas sobre o futuro exercem, principalmente, sobre os jovens. São os filmes de ficção científica que costumam ter mais sucesso na bilheteria ou uma audiência maior e são também os mais comentados pela mídia, devido, em grande parte, aos efeitos especiais, cada vez mais sofisticados e atraentes.
Do ponto de vista didático, é o único gênero que contém todos os outros: comédia (O Guia do Mochileiro da Galáxia, SOS: tem um Louco Solto no Espaço, Marte Ataca), drama (O Segredo do Abismo, A Esfera, Matrix, Gattaca: A Experiência Genética, Guerra dos Mundos, A Invasão), romance (Jornada nas Estrelas IV, a Volta para Casa e Jornada nas Estrelas Insurreição, Starman), policial (Blade Runner: o Caçador de Andróides, Outland: Comando Titânico, Predador II), terror (Alien, A Experiência, Alien X Predador), aventura (O Buraco Negro, Tron, Contatos Imediatos de III Grau) e arte (Solaris, Stalker, 2001 Uma Odisséia no Espaço, Alphaville). Outra razão para se privilegiar a exibição desses filmes na escola é a praticidade para encontrá-los no mercado brasileiro. Todos os filmes para cinema aqui citados já foram lançados em VHS ou DVD. As séries estão sendo lançadas aos poucos, mas isso não impede o professor interessado de recorrer a ajuda de colecionadores, cinéfilos e fãs de ficção científica como os trekker (fãs do seriado Jornada nas Estrelas), por exemplo, que procuram ter esse material na versão original, importado.

3- Quais as obras estudadas?
Praticamente todas as obras literárias de ficção científica bem como uma variedade enorme de filmes do gênero podem ser utilizados para reforço como instrumento pedagógico, mas, para facilitar o manuseio recomenda-se que o professor inicie sua leitura pelas obras literárias e fílmicas citadas nessa entrevista.
Em Hamlet no Holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço (2003), de Janet H. Murray, editado no Brasil pela Editora Unesp e Itaú Cultural, por exemplo, a autora discute as narrativas atuais comparando-as com as séries televisivas de Star Trek (Jornada nas Estrelas Nova Geração e Voyager), onde o Holodeck costuma aparecer com bastante freqüência. O Holodeck é um dispositivo que transforma matéria em imagem tridimencional, permitindo aos protagonistas interagirem em mundos holográficos imaginados. Seria como um jogo virtual, mas mais realista.
Também recomendamos as obras Ciência e Quadrinhos (2005) de Gian Danton, lançado pela Marca de Fantasia e A Ciência dos Super-Heróis de Lois Gresh e Robert Weinberg, lançado pela Ediouro. Ambos discutem a veracidade e a possibilidade científica dos poderes encontrados nos super-heróis das HQs, onde a ficção científica tem destaque.


4- Como foi realizada a pesquisa em termos de percepção desse público?
Em meu mestrado finalizado em 2000 pela Universidade Federal do Paraná, encontrei um grande número de professores de várias áreas do conhecimento que estão utilizando em suas disciplinas filmes de ficção científica para despertar interesse específico em suas disciplinas, pois, perceberam que seus alunos (adolescentes) tem predileção por esse gênero quando se dirigem a cinemas ou quando trocam informações com seus colegas de sala.
A estética da arte e os cursos de comunicação já analisam os filmes cinematográficos e televisivos desde sua criação em meados de 1920. Entre muitos exemplos podemos citar Metrópolis de Fritz Lang, Skanner: sua mente pode destruir e Vídeo Drome, ambos de David Cronemberger. Discussões políticas podem ser realizadas com Dr. Fantástico, O Dia em que a Terra Parou e Star Trek (Jornada nas Estrelas), neste último analisando a Federação dos Planetas Unidos, órgão federativo que tenta promover a paz na Galáxia. Cabe às diferentes áreas do conhecimento também descobrirem a importância desses filmes como recurso pedagógico. Recentemente encontrei um artigo sobre a palestra “A ficção científica a serviço da educação”, realizada pelo biólogo Nelson Marques, da UFRN, que pensa de forma similar. Também conheço vários professores acadêmicos dos cursos de Comunicação e Letras da região sudeste, que assim o pensam.

5- Qual o universo (de público) trabalhado?
Na pesquisa, trabalhei especificamente com professores das mais variadas disciplinas escolhidas aleatoriamente, mas principalmente por seu interesse no gênero. Encontrei-os em eventos de ficção científica, realizados em São Paulo. Também participaram professores do Paraná e especialmente uma professora de literatura brasileira na Florida (EUA) Mary Elizabeth Ginway, ou Libby, professora adjunta da Universidade da Flórida em Gainesville, EUA, que recentemente lançou o livro Ficção Científica brasileira – mitos, culturas e nacionalidade no país do futuro, lançado no Brasil pela Editora Devir em 2005, descrevendo a literatura de ficção científica brasileira no período de 1960 a 2000, seu principal instrumento de trabalho lá nos Estados Unidos. Achei peculiar uma professora de literatura brasileira nos Estados Unidos da América, utilizando exclusivamente literatura de ficção científica brasileira.
A primazia e a riqueza de conteúdo chegou a tal ponto que, até cursos universitários vêm utilizando a ficção científica em suas disciplinas, direta ou indiretamente, como evidenciado em minha dissertação de mestrado. Menosprezar um gênero que já trabalhou uma versão espacial Shakespeareana como O Planeta Proibido, é menosprezar o conhecimento.
O interesse acadêmico pelo assunto já vem de países como a Inglaterra onde na 
Universidade de Glamorgan: http://www.glam.ac.uk/coursedetails/685/207 
existe curso de graduação em Ficção Científica. No mesmo país também encontramos um 
curso de mestrado (scrito senso) em Ficção Científica, para o pesquisador que pretende 
aprofundar o assunto. 
Encontramos várias universidades espalhadas pela Inglaterra e Estados Unidos que estudam 
a Ficção Científica, principalmente literária academicamente:
Em Liverpool (Inglaterra): http://www.liv.ac.uk/~asawyer/ma.html
A British Science Fiction Association: http://www.bsfa.co.uk/
SF Foundation: http://www.sf-foundation.com/
 
Nos EUA, a Universidade do Kansas: http://www.ku.edu/~sfcenter/
Columbia: http://www.columbia.edu/cu/cusfs/
Massachussets: http://www.umass.edu/rso/scifi/
Washington: http://www.wsu.edu/~brians/science_fiction/sfresearch.html



6- Que conteúdos foram testados em termos de absorção desse público?

Sempre que falamos em trabalhar ficção científica em sala de aula logo vem a imagem de seu uso na disciplina de física e naturalmente ela teria um número muito maior de alternativas de uso em relação a seus conteúdos. Lamentavelmente alguns professores a utilizam apenas como exemplos negativos e deixam de lado bons exemplos. As séries de Star Trek (Jornada nas Estrelas) são o melhor exemplo de vários conceitos corretos da física, da holografia, da astronomia e da cosmologia. Certamente alguns não procedem, como sons no espaço, teletransporte de matéria, viagens no tempo, mas que, ainda assim, podem ser discutidos pelo docente.
Um bom livro para professores de física que se interessem em utilizar a ficção científica em suas salas de aula é: A Física de Jornada nas Estrelas (1996), de Lawrence M. Krauss, editado no Brasil pela Makron Books. Ele discute todos os conceitos encontrados nos filmes e nas séries televisivas de Star Trek.
Ainda dentro dos exemplos de física, podemos citar alguns filmes feitos para o cinema: A.I. Inteligência Artificial, 2001: Uma Odisséia no Espaço e 2010: O Ano em que faremos Contato, Apollo 13, Contato, O Planeta Vermelho, Missão Marte etc.
Mas não é apenas a física que pode enriquecer-se com esse gênero cinematográfico e televisivo. A filosofia também encontra seus conceitos por aqui. Já existem várias obras especializadas que o demonstram. Os livros: A Metafísica de Star Wars (1998), de Richard Hanley, da editora Makron Books, Matrix: bem- vindo ao deserto do real (2003) de William Irwin da editora Madras, A Pílula Vermelha: Questões de Ciência, Filosofia e Religião em Matrix (2003) de Glenn Yeffeth editado pela Publifolha, e o mais recente Scifi=scifilo: a filosofia explicada pelos filmes de ficção científica (2005) de Mark Rowlands, da editora Relume Dumará, são alguns belos exemplos do que explanamos. Conceitos que vão além da Caverna de Platão, como a morte, a vida, realidade, ética, identidade, livre-arbítrio, moralidade, metafísica, onisciência, determinismo, entre outros. Mas os professores de filosofia descobriram uma outra ótima saída para despertar a curiosidade dos adolescentes, também seus alunos. O mercado editorial brasileiro, através da editora Madras, recheou as prateleiras com livros versando sobre filosofia e séries de televisão: A filosofia de Bufy, A filosofia de Harry Potter, A filosofia de Senfield, a filosofia de Sipsons, e a filosofia de Star Wars, são alguns que foram lançados até o momento.
Entre os filmes que trazem questões filosóficas bastante instigantes destacamos: Matrix, Gattaca: A Experiência Genética, O Exterminador do Futuro 1 e 2, Minority Report: A Nova Lei, Independance Day, Alien, Blade Runner, o Caçador de Andróides, Star Wars, O Sexto Dia, O Homem sem Sombra, Frankenstein, entre muitos outros.
Professores de Biologia vêm trabalhando com filmes de ficção científica há algum tempo, pois eles trazem conceitos e questões relacionadas a essa área que podem ser analisados e discutidos em classe. Alguns exemplos são: Viajem Fantástica, Gattaca: A Experiência Genética, A Corrida Silenciosa (o preferido dos professores da área), Waterworld: o Segredo das Águas, Aquaria, O dia Depois de Amanhã, O Dia Seguinte, Missão Marte, O Planeta Vermelho, O Segredo do Abismo, Jornada nas Estrelas IV - A volta para casa, Duna e a abertura fantástica de X-Man: o filme, bem como seu conteúdo, para discutir mutação. Vida, genética, bio-ética, demografia, sobrevivência, ecologia, biodiversidade entre outros, são apenas alguns exemplos do que pode ser debatido em sala de aula a partir da visualização desses filmes. Livros que podem dar suporte a essa relação biologia/cinema/televisão são A Ciência de Star Wars (1999) de Jeanne Cavelos, lançado no Brasil pela editora Market Books e A Verdadeira Ciência por trás do Arquivo X (2000) de Anne Simon, laçado pela editora Unicórnio Azul.
A Psicologia, consciência e inconsciência, o eu, ego e outros tantos conceitos-chave das teorias freudiana, jungiana e lacaniana também podem ser identificados no conteúdo de filmes como Esfera, Solaris (de Andrei Tarkovski), Gattaca: A Experiência Genética, Matrix, Enigma do Horizonte, Q-Pax, O Vingador do Futuro, Laranja Mecânica e O Segredo do Abismo. Um exemplo mais recente é o filme O Diário do Mochileiro das Galáxias, onde pode ser encontrado um robô maníaco-depressivo, portas que gemem ao serem abertas ou fechadas, um rei da galáxia que tem um ego enorme, uma arma que ao ser apontada para alguém o induz a dizer a verdade (mesmo oculta). A burocracia e o tédio são notavelmente escrachados denotando uma realidade pós-moderna bem ao estilo Monty Python.
Uma alternativa, que muitos professores utilizam é trabalhar vários conceitos dentro de um mesmo filme. Para isso ele deve estar atento para encontrá-los. O professor acostumado a trabalhar com suas disciplinas acaba se habituando a localizá-los nos filmes longa-metragem que costuma assistir. Outra forma, menos trabalhosa, seria usar seriados de televisão (e a ficção científica está cheia deles), como as séries de Jornada nas Estrelas (Clássica, Nova Geração, Deep Space Nine, Voyager e Enterprise), StarGate (SG1 e Atlantis), Babilon 5, FireScape, Sliders, Além da Imaginação e Quinta Dimensão, entre outros. Seus episódios, com 40 ou 50 minutos cada, sempre trazem conceitos científicos que podem ser trabalhados pelos professores de várias disciplinas em sala de aula.
Professores de História sempre utilizaram filmes de época ou filmes de guerra, para discutir seus conteúdos (com primazia e didatismo). O mesmo vale para os professores de Geografia que têm no cinema um rico instrumento didático. Conhecer o mundo através da tela em nossos dias é mais fácil do que viajar e conhecê-lo pessoalmente.
Professores de inglês aproveitam a língua inglesa encontrada nos filmes atuais, simplesmente desligando o recurso de legenda, no caso dos DVDs, ou ocultando a parte inferior da televisão, no caso das fitas de vídeo, para trabalhar a pronúncia correta.
Atualmente, em meu doutorado aqui na PUC-Rio, dentro de minha pesquisa, venho estudando maneiras de se aplicar conceitos sobre o meio ambiente usando a ficção científica. Na última bienal ocorrida aqui no Rio de Janeiro, conheci o engenheiro elétrico Emilio Hoffmann Gomes Neto, que escreveu o livro Hidrogênio: evoluir sem poluir, onde evidenciei inúmeros conceitos que podem ser trabalhados em sala de aula. Dentre eles destaco: poluição, energias renováveis, desenvolvimento sustentável, etc. Já na introdução do livro, acompanhamos um conto de ficção científica abordando como pode ser o futuro de nosso país, com o uso do hidrogênio em nossas vidas.

7- Qual o nível de veracidade dos textos (literários ou filmes?) em relação ao conhecimento científico efetivo?
Na realidade o que se busca aqui não é a veracidade dos textos, mas, sua interatividade com a realidade do aluno. Naturalmente o professor de física, química ou biologia, se preocupará em demonstrar a seus alunos o que é ou não verossímil de acordo com os conhecimentos atuais da ciência. Já professores de sociologia e filosofia, poderão trabalhar conceitos sociais ou filosóficos preocupando-se com reflexões, distanciando-se da veracidade tecno-científica.
Albert Einstein costumava dizer que a imaginação é mais importante do que o conhecimento. Ela estimula a criatividade e, por conseguinte, auxilia na solução de problemas. Ora, a imaginação que utilizamos na criação de invenções, nas novas descobertas, na pesquisa científica e na solução de problemas é a mesma que nos permite escrever contos, criar roteiros, imaginar futuros que estão por vir. Alguns autores de ficção científica chegam a imaginar nossa história de forma diferente e para isso é necessário um exercício soberbo. Mundos alternativos onde verificamos como o mundo poderia ter sido se…Hitler não tivesse perdido a guerra; se o primeiro Presidente dos Estados Unidos da América fosse uma mulher; se os cientistas fossem venerados como as estrelas do Rock e por ai vai.

Wanda Jorge. 
editora-executiva
Revista Ciência e Cultura da UNICAMP


Referências indicadas e recomendadas:
CAVELOS, Jeanne. A Ciência de Star Wars (Guerra nas Estrelas). São Paulo: Market Books, 1999.
DANTON, Gian. Ciência e Quadrinhos. João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005.
Ginway, Mary Elizabeth. Ficção Científica brasileira: mitos culturais e nacionalidade no país do futuro (1960-2000). São Paulo: Editora Devir, 2005.
GOMES, Emilio Hoffmann Neto. Hidrogênio: evoluir sem poluir. Curitiba: Brasil H2 Fuel cell energy, 2005.
Gresh Lois e Weinberg Robert. A Ciência dos Super-Heróis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
HANLEY, Richard. A Metafísica de Jornada nas Estrelas. São Paulo: Makron Books, 1998.
IRWIN, William, Matrix: bem- vindo ao deserto do real. São Paulo: Madras, 2003.
KRAUSS, Lawrence M. A Física de Jornada nas Estrelas. São Paulo: Makron Books, 1996.
MURRAY, Janet H. Hamlet no Holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço. São Paulo: Itaú Cultural, Editora UNESP, 2003.
ROWLANDS, Mark. Scifi=scifilo: a filosofia explicada pelos filmes de ficção científica. São Paulo: Relume Dumará, 2005.
SIMON, Anne. A Verdadeira Ciência por trás do Arquivo X. São Paulo: Editora Unicórnio Azul, 2000.
Yeffeth, Glenn (Org.). A Pílula Vermelha: Questões de Ciência, Filosofia e Religião em Matrix, São Paulo: Publifolha, 2003.


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Afinal de contas o que é educação?


Faz tempo que venho tentando escrever algo que abra a cabeça das pessoas com relação a educação. A sociedade, nos últimos tempos vem confundindo "educação comportamental" que deve ser dada em casa pelos pais ou tutores, com "educação de conhecimentos", que deve ser ministrada pelos professores. Parece que a divisão entre uma e outra vem desaparecendo, pois há alguns dias escutei em uma entrevista de uma "especialista" em educção em um programa de rádio da Band FM, dizendo que "o professor tem obrigação sim de educar em todos os sentidos os filhos dos outros". Peraí. Sem mais delongas reproduzirei aqui uma resposta de uma professora a revista Veja que coincidentemente aborda assunto similar e importante. Espero que você perca um pouquinho do seu precioso tempo de vida pra ler isso. Grato.


É Revolta
Resposta a Revista Veja

RESPOSTA À REVISTA VEJA
Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberde Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS  razões que  geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas  para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.

Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que  pais de famílias oriundas da pobreza  trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos  em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê?  De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos,  há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria.
Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos,  de ir aos piqueniques, subir em árvores?
E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.
Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.
Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução),  levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.
E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”,  elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.
Há de se pensar, então, que  são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que  esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.
Temos notícias, dia-a-dia,  até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.
E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.
Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é  porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.  Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.
Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade!  E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões  (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!
Passou da hora de todos abrirem os olhos  e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores  até agora  não responderam a todas as acusações de serem despreparados e  “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.
Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais". Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão.
Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba!

Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grato.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Nefilin no Deus Ex Machina da Estronho


Olá amigos!
Faz tempo que não escrevo nada por aqui. 

Escrevendo artigos acadêmicos e cuidando de outros blogs, não é fácil. Enfim. Semana passada (12, 13 e 14 de agosto de 2011) estive em São Paulo na FANTASTICON 2011, lançando meu conto “Nefilin” na coletânea da editora Estronho – “Deus Ex Machina: anjos e demônios na era do vapor”. 

Pra quem mora em Curitiba a novidade é que iremos (eu e a editora), fazer um lançamento exclusivo em nossa cidade. 

Se você for steamer (apreciador do steampunk) e vier de steamplay (fantasia) leva + 10 % de desconto alem do desconto da livraria para o dia do lançamento.

Nefilin é o primeiro conto paranaense de ficção científica steampunk. Outros seis livros estarão sendo lançados e entre eles o SteamPink, escrito apenas por mulheres. Venha aumentar seu cabal literário.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

75 filmes brasileiros de Ficção Científica e Fantasia

Relação de 75 Filmes Brasileiros de Ficção Científica e Fantasia:

1. Abrigo Nuclear (Roberto Pires, 1981)
2. Acquaria (Flávia Moraes, 2004)

4. Alguém (Júlio Silveira, 1980)
5. Amor Voraz (Walter Hugo Khouri, 1984)
6. Anunciador: O homem das tormentas, O (Paulo Bastos Martins, 1970)
7. Areias Escaldantes (Francisco de Paula, 1985)
8. Bandido da Luz Vermelha, O (Rogério Sganzerla, 1968)
9. Barbosa (Jorge Furtado, 1988) (curta)
10. Bicharada da Dra. Schwartz, A (Regina Rheda, 1986) (curta)
11. Bonecas Diabólicas (Flávio Ribeiro Nogueira, 1975)

12. Brasil Ano 2000 (Walter Lima Jr., 1969)
13. Carnaval em Marte (Watson Macedo, 1954)
14. Cassiopéia (Clóvis Vieira, 1996)
15. Céus de Fuligem (Márcio Napoli, 2005) (curta)
16. Cosmonautas, Os (Victor Lima, 1962)

17. Efeito Ilha, O (Luiz Alberto Pereira, 1994)
18. Elke Maravilha contra o Homem Atômico (Gilvan Pereira, 1978)
19. Evolução – Homem Vs. Máquina: A luta do século no planeta dos botões (José Mojica Marins, 1979) (curta)
20. Excitação (Jean Garrett, 1977)
21. Filhas do Fogo, As (Walter Hugo Khouri, 1978)
22. Fim, O (Elie Polliti, 1972) (curta)
23. Flauta das Vértebras, A (José de Anchieta, 1970) (curta)
24. Fósforo Eleitoral, O (Cia. Photo-Cinematographia Brasileira, 1909)
25. Hipócritas (Letícia Imbassahy e Marcos Pando, 1986) (curta)
26. Hitler 3º Mundo (José Agripino de Paula, 1968)
27. Homem das Estrelas, O (Jean-Daniel Pollet, 1971)
28. Homem de Seis Milhões de Cruzeiros contra as Panteras, O (Luiz Antônio Piá,1978)
29. Homem que Comprou o Mundo, O (Eduardo Coutinho, 1968)

30. Kenoma (Eliane Caffé, 1998)
31. Loop (Carlos Gregório, 2002) (curta)
32. Macabro Dr. Scivano, O (Raul Calhado e Rosalvo Caçador, 1971)
33. Malandros em Quarta Dimensão (Luiz de Barros, 1954)
34. Memórias de um Anormal (Inácio Zatz e Ricardo Dias, 1989) (curta)
35. Monstros de Babaloo (Elyseu Visconti, 1970)
36. Mude seu Dial (Tata Amaral, ) (curta)
37. Mulher Biônica Sexy (Radi Cuellar, 1979)
38. Mulher de Proveta, A (José Rady, 1984)
39. Nº 19 (Paulo Miranda, 2000) (curta)
40. Oceano Atlantis (Francisco de Paula, 1993)
41. Outra Meta (C. Perina C., 1975)
42. Parada 88: O Limite de Alerta (José de Anchieta, 1978)

43. Os Paspalhões em Pinóquio 2000 (Victor Lima, 1982)
44. Ponto Final (José de Anchieta, 1975) (curta)
45. Por Incrível que Pareça (Uberto Molo, 1986)
46. Princesa e o Robô, A (Maurício de Souza, 1983)
47. Projeto Pulex (Tadao Miaqui, 1991) (curta)
48. Punk’s, Os Filhos da Noite (Levy Salgado, 1983)
49. Quem é Beta? (Nelson Pereira dos Santos, 1973)

50. Quinta Dimensão do Sexo, A (José Mojica Marins, 1984)
51. Quinto Poder, O (Alberto Pieralisi, 1962)

52. Reticências (José de Anchieta, 1971) (curta)
53. Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (Roberto Farias, 1968)
54. Science Fiction (Luiz Rosemberg Filho, 2000) (curta)
55. Segredo da Múmia, O (Ivan Cardoso, 1982)
56. Sete Vampiras, As (Ivan Cardoso, 1986)
57. Shuim, O Grande Dragão Rosa (Cristiano Popov Zambias, 1997)
58. Signo de Escorpião, O (Carlos Coimbra, 1974)
59. Simão, O Caolho (Alberto Cavalcanti, 1952)
60. Tempo Real (Mino Barros Reis e Joana Limaverde, 2004) (curta)
61. Trapalhão no Planalto dos Macacos, Os (J.B. Tanko, 1976)
62. Trapalhões na Guerra dos Planetas, Os (Adriano Stuart, 1978)
63. Trapalhões na Terra dos Monstros, Os (Flávio Migliaccio, 1989)
64. Trapalhões no Rabo do Cometa, Os (Dedé Santana, 1986)
65. Túnel 93º (C. Perina C., 1972).
66. Último Cão de Guerra, O (Tony Vieira, 1980)
67. Aventuras de Sérgio Malandro, As (Erasto Filho, 1988)
68. Bacalhau, O (Adriano Stuart, 1976)
69. Costinha e o King Mong (Alcino Diniz, 1977)

70. Fofão e a Nave Sem Rumo (Adriano Stuart, 1989)
71. Gato de Botas Extraterrestre, O (Wilson Rodrigues, 1990)
72. Gigio no Castelo do Drácula (Pedro Siaretta., 1987) (TV)
73. Incrível Monstro Trapalhão, O (Adriano Stuart, 1981)
74. Inseto do Amor, O (Fauzi Mansur, 1980)
75. Lobisomem na Amazônia, Um (Ivan Cardoso, 2005)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Pobres locações inglesas

Adoro séries, principalmente séries de ficção científica. Mas naturalmente que vez ou outra também navego entre séries de outros gêneros, principalmente as que são recomendadas. Tenho acompanhado recentemente Primeval e Camelot, ambas inglesas (como meu querido Doutor Who).
Como tenho memória fotográfica, quase levei um susto quando percebi que uma caverna que eu havia visto no terceiro episódio da primeira temporada de Camelot, era a mesma caverna do episódio 5 da quarta temporada de Primeval. Pelo visto pensam que essa locação é pouco conhecida por lá.
Pra quem não conhece Primeval narra as aventuras de um grupo secreto do governo inglês que tentam deter criaturas pré-históriacas de vários períodos, que escapam por vórtices temporais em pleno século 21. Também existem alguns vórtices que alcançam o futuro e ai é que a coisa começa a ficar mais interessante. Aliás, viagens temporais sempre são interessantes, não é Camila?
Camelot é uma nova versão da famosa história do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Aliás, uma bela versão. Pra quem é fã de HBO: Game of Thrones tenho certeza que poderá agradar. Só não espere grandes locações como as da HBO como é possível perceber aqui. (rs).

quarta-feira, 16 de março de 2011

View Master em 3D - magia para seus olhos.


View-Master: Uma coleção exclusiva de retratos maravilhosos em 3D cheios de cor que necessitam de um aparelho especial. 
Aparelho View Master da década de 50

Aqui no Brasil pouca gente conhece, mas nos Estados Unidos foi a coqueluche das décadas 50, 60, 70 e 80. 
Propaganda natalina do View Master nos EUA

Ainda existem muitos modelos e reproduções (copias de originais antigos) que circulam pelo mercado mundial. No Brasil já vi em prateleiras de lojas de brinquedos e na internet View Masters temáticos da Disney ou do Ben 10. 
Propaganda relacionada a aventura para divulgação do View Master

Pra quem não conhece é um aparelho que parece uma máscara, ou um óculos, por onde você enxerga tridimencionalmente imagens de mini-slides, que estão em discos ou carretel de papelão. 
Disco ou carretel contendo os slides duplos para o funcionamento 3D

Como utilizar o View Master
A medida que você assiste as imagens estáticas, vão se modificando, acionando-se um botão lateral que gira o carretel. Fico imaginando a infância de muitos americanos e uns poucos privilegiados brasileiros que tiveram oportunidades únicas de conhecer o mundo através de ótimas séries através do View Master.  

Aqui no Brasil, como em muitas oportunidades o View Master foi relegado a um simples brinquedo para crianças, mas quando foi criado sua preocupação principal era entreter toda a família, por isso você encontra View Masters com temáticas adultas – que para crianças tornam-se até mesmo chatas: fotos de paisagens turísticas feitas pelo mundo, missões lunares, astronomia, geologia, natureza, séries de televisão, desenhos animados e séries especiais de Natal ou religiosos.
View Master da Missão Appolo (documentário)
View Master da série "The Banana Splits"

As câmeras fotográficas utilizadas para montar esses slides possuíam duas lentes e dessa forma obtinham duas imagens parecidas com uma pequena diferença na distância entre elas o que proporcionava a reprodução do olhar humano em 3D.
Câmera stereo ou 3D da década de 1930
Câmera stereo ou 3d da década de 1950

Os cenários para alguns view masters especiais eram produzidos por artistas consagrados como Florence Thomas ou Joe Liptak, que confeccionavam dioramas (cenas paradas) para serem fotografados. 
A artista plástica americana Florence Thomas produzindo um diorama
Joe Liptak em seu cenário do Peter Pan para View Master

A técnica é muito similar ao stop-motion utilizado no cinema de curta metragem. O resultado final eram verdadeiras obras primas que podiam ser visualizadas em 3D.

Os Flintstones em Bedrock
Zé Colméia posando para um retrato

O equipamento era simples mas eficaz, sem a sofisticação dos atuais 3D com óculos, sem óculos e caríssimos. Seu recado era simples: trazer entretenimento e diversão para todos os gostos. 
Propaganda do View Master na década de 1950

Também existiam projetores de slides específicos para exibir os pequenos e notáveis slides. Um em 2D com uma lente e outro em 3D com duas lentes.
Projetor View Master Júnior
Projetor View Master 3D
Caixa de projetores da década de 1950
Projetor de View Master da década de 1970

Lembro de ter visto pessoalmente uma ou duas vezes no passado, o tal View Master na casa de amigos. Naquela época, importação era coisa complicada, exigia muita burocracia e algum dinheiro. 
Colecionador americano (Texas) de View Master

Dessa forma eu me conformava com brinquedos de lata que vinham do Japão através da Estrela que eram comercializados na caverna natalina da Lojas Hermes Macedo. Mas ainda bem que podia, pois quantas crianças ficam sem natal ou com fome o ano inteiro, a vida toda. Mas enfim...não vamos filosofar agora.
Estúdio de produção de historinhas para View Master na década de 1950
Equipamento fotográfico especial em 3D para detalhes das histórias de View Master

Conheça um pouco mais do View Master (em inglês)

Comercial americano do View Master de 1971, com Jodie Foster e Henry Fonda:


View Master a venda no Mercado Livre.